Os consumidores pagam a factura nos combustíveis, mas não sabem o que estão a pagar. E quando procuramos respostas junto dos especialistas, eles são unânimes: é difícil justificar o valor actual do barril de petróleo nos mercados internacionais. Na verdade, uma parte significativa deve-se à especulação. O Telejornal da RTP, numa excelente reportagem da Isabel Loução Santos, explicou há quinze dias como tudo acontece. Passo a explicar:
Embora já tenha ultrapassado os 130 dólares, tomemos o preço do barril de petróleo a 120 usd. Assim, 30 usd são o custo à saída do poço (preço de produção); 20 usd ficam nos cofres dos países que detêm o recurso natural pelos direitos de exploração e 10 usd pagam as despesas de transporte. E aqui chegamos a metade do valor do barril no mercado. Os outros 60 usd são justificados pelos efeitos dos riscos políticos desses países, pela desvalorização do dólar e, acima de tudo, pela especulação.
Pouca gente sabe que nos últimos anos os fundos especulativos apostaram forte no mercado da energia, crescendo trinta vezes em apenas cinco anos (3 mil milhões de dólares em 2000 para 90 mil milhões investidos em 2005).
Curioso é que um petroleiro que saia do Golfo Pérsico, antes de chegar ao destino num qualquer porto da Europa, chega a valorizar a carga que transporta em mais de 10 usd por barril. A viagem acaba por ser ainda mais lucrativa, tendo um valor à saída e outro à chegada.
Em Portugal a referência é o Brent. Trata-se de petróleo leve que vem do Mar do Norte. Tem este nome porque a Shell originalmente baptizava os campos de produção com o nome de aves, neste caso o ganso de Brent. O crude sai da plataforma a 15 usd por barril e chega ao mercado de Londres com uma cotação oito vezes superior.
Amigos,
o Eduardo sabe do que fala.
Ele e o Daniel são os autores do projecto maisgasolina.com que ontem passou no Telejornal e que foi visto por cerca de milhão e meio de pessoas.
Visitem o site deles e vejam onde poderão abastecer pagando um pouco menos.
Obrigado, Eduardo.
Luís Castro
É sem dúvida uma óptima ajuda. Parabéns pelo trabalho.
GPL a .50 euros?
Luís, que tal fazer uma grande reportagem sobre a transformação de carros a GPL, há por aí muitos mitos, tipo segurança e estacionamento em locais fechados.
O meu sogro anda a GPL, quer dizer o carro eheheh, há muitos anos e não quer outra coisas. Nunca percebi porque é que em Portugal quem a anda a GPL tem que andar com um autocolante tipo criminoso e quem disse ao legislador que é perigoso ter os carros estacionados em locais fechados? se ele percebesse um pouco de GPL perceberia que perigoso é ter as garagens sem exaustão de fumos provenientes da combustão dos combustiveis tipo gasoleo. Já para não falar que os transformadores teriam de transformar os carros ao ar livre...
Se calhar não sabe que os depósitos de GPL têm uma válvula de corte, por diferenças de pressão caso haja uma fuga de GPL. Se calhar também não sabe que os depósitos só podem levar 80 % do volume por causa do aumento de volume do gas devido á temperatura,etc,etc,etc...
um assunto que ganha pertinência, 0.50 euros por litro.....
Pedro,
estamos a preparar reportagens sobre o assunto para o próximo fim-de-semana. Já fizemos, há cerca de um ano, abordando essas restições, mas vamos repetir, até porque o assunto é novamente notícia.
Obrigado.
Amanhã vou abrir uma janela no blogue para sugestões como a sua.
Abraço
LC
A válvula de segurança no depósito é "uma das", existe outro ponto de corte no vaporizador no compartimento do motor e entre essas duas válvulas a tubagem é em cobre.
Segundo a legislação francesa apenas as viaturas sem válvula de segurança estão proibidas de estacionar nos parques subterraneos, portanto cá é o equivalente a proibir a maioria das instalações de 1998/1999 para trás, embora muitas já usassem essa válvula.
Outra situação, é que pela legislação um carro a gás pode entrar num parque subterraneo e ficar lá às voltas até o gás acabar, a partir do momento em que o carro é estacionado e a chave desligada já pode ser multado.
Temos que ver que é uma legislação de 1992 que só recentemente foi revista, e mal...
Já fui dar uma volta, demorada, ao seu "gosto mais de carros..." e ao "mais gasolina". Parabéns pelos dois espaços. Em relação ao GPL era necessário haver uma reviravolta na legislação que tornasse a o GPL "atractivo", por exemplo: retirar o tal autocolante"criminoso" e colocar uma vinheta verde no párabrisa a dizer"eu sou amigo do ambiente" e quem tivesse essa vinheta teria uma redução no "sêlo".Outra situação é fazer pressão para que a legislação seja mudada e aí a reportagem da RTP pode fazer muito.Tem é que falar coma as pessoas certas. O meu sogro andou em 99 numa roda viva para fazer essa pressão e chegou a contar com a colaboração do Prof. Palma, na altura da Quercus.
Meteu ao barulho ministros, secretários de estado e DGE, mas nessa altura o petróleo estava para aí a 18 dólares.
Se o Luís quiser falar com um "gasista" convicto,o meu sogro, e que lhe pode dar informações sobre esse percurso legislativo diga, que eu envio-lhe para o mail.
Mais uma vez parabéns
Eduardo Maio
Si, Pedro.
Envie contacto, pf.
De facto essas ideias seriam de aproveitar.
Ab
LC
De pedro oliveira a 28 de Maio de 2008
Luís,
já enviei.
um abraço
Eduardo,
obrigado pelas dicas.
Estamos a preparar uma reportagem sobre o assunto para breve.
Vai dando sugestões, aqui ou na caixa que abri no blogue, tal como te tinha falado.
Abraço
LC
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