Prateleiras vazias, carne e legumes a apodrecer dentro dos camiões, leite deitado fora, animais a passar fome e agricultores à beira da falência.
Já falta água engarrafada, há escolas e hospitais que vão ficar sem refeições nas cantinas, os comboios da linha do oeste vão parar, os aviões não têm combustíveis, as bombas secaram, há carros abandonados nas bermas sem gasolina e os que avariam e ficam nas estradas estão à mercê dos vândalos.
Já se ouvem relatos de turistas estrangeiros que não conseguem regressar aos seus países porque lhes falta gasolina para as suas autocaravanas e de lisboetas que foram ao Algarve e que não têm combustível para regressar a casa.
Até os carros de reportagem das televisões estão a secar.
Pergunto:
Com que autoridade se apedreja, se ameaça com armas brancas ou com tiros disparados para os pára-brisas, se cortam mangueiras de travões ou incendeiam camiões de quem – com toda legitimidade – quer trabalhar?
Como se justifica que alguns elementos dos piquetes de greve ameacem com uma guerra civil e fiquem impunes?
Como se permite que os excessos de uns se sobreponham à liberdade colectiva?
Onde está a autoridade do Estado?
Onde está o Presidente da República?
Onde está a firmeza do Primeiro-ministro?
Onde está a opinião da alternativa Ferreira Leite?
Não compreendo…