Terça-feira, 14 de Outubro de 2008

Recomprar a casa

Esta foi a notícia que me prendeu o olhar às oito da manhã, quando me sentei para ler os jornais na redacção.

Será uma boa notícia para quem está a sufocar com as prestações das suas casas?

Transcrevo e abro a discussão.

 

Renda substitui prestação

A partir de 2009 as famílias com dificuldades financeiras em cumprir os encargos com o crédito à habitação vão poder substituir, durante um determinado prazo temporal, a prestação mensal da casa por uma renda de valor mais baixo. Com a criação do Fundo de Investimento Imobiliário em Arrendamento Habitacional (FIIAH), prevista no Orçamento do Estado para 2009, o Governo cria condições para as famílias reduzirem os gastos com habitação, dando-lhe a hipótese de recomprar a mesma casa, e permite à Banca diminuir o crédito malparado, uma das fontes dos seus problemas de liquidez.

 

Ao que o CM apurou, o FIIAH será criado e aprovado pelo Governo de José Sócrates no primeiro semestre de 2009 e será constituído por capitais do Estado e dos próprios bancos, que deram a concordância a esta medida do Governo após terem sido contactados por responsáveis do Ministérios das Finanças.

 

No essencial, o FIIAH é um instrumento financeiro que irá permitir resolver alguns problemas de liquidez aos bancos e às famílias. Para já, estão a ser equacionadas duas vias para concretizar esta medida: quando uma família entrar em incumprimento do crédito à habitação, a Banca poderá, através de um acordo entre ambas as partes, assumir a propriedade da casa e arrendá-la directamente a essa família por determinado prazo temporal ou em alternativa pode assumir a propriedade da casa e vendê--la ao FIIAH, que, por sua vez, tem a possibilidade de estabelecer com os ex-proprietários da habitação um contrato de arrendamento.

 

Em ambas as situações o prazo do contrato de arrendamento deverá ser de dez anos e os ex-proprietários terão direito a opção de compra desse imóvel. Ou seja, se assim o entenderem, as famílias em causa poderão recomprar a antiga habitação através do recurso a um novo crédito.

Saber mais do exclusivo do “Correio da Manhã”:

 

http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=EA6A51EB-2D27-47BB-AF9A-BA1C1D07C915&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181

 

publicado por Luís Castro às 18:06
link do post
De Sócrates a 14 de Outubro de 2008
Isto faz-me lembrar o que se passou durante séculos no campo.

As famílias tinham o seu terreno e vinham uns anos piores ou a familiar aumentava muito ou havia partilhas das heranças que dividiam os terrenos em algo mais pequeno que tinham que sustentar muito mais gente.

Face às dificuldades as pessoas para sobreviver não tinham outra hipótese que não vender os terrenos aos fidalgos e famílias abastadas, sendo que depois os arrendavam de volta passado uns anos.


Quando os pequenos apertam o cinto, apertam mesmo. Quando os grandes cometem burrices, os pequenos apertam ainda mais e o Governo salva os grandes, sem exigir o fim das indemnizações compensatórias milionárias, ordenados escandalosos dos gestores (os culpados por esta crise, afinal são eles que gerem a alta finança).

Veja-se o que a Alemanha e Reino Unido fizeram: sim senhor têm garantias, mas acabam com os ordenados milionários, as indemnizações das cláusulas de rescisão dos contratos dos gestores têm um limite justo e não milionário assim como outras práticas obscenas para a grande maioria dos contribuintes, que é quem paga sempre as crises e pouco ganha com a comedida "fartura".

Já diz o dito popular: quem se lixa é o mexilhão.
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