As datas estão trocadas.
Primeiro deveriam ser as eleições autárquicas e só depois as legislativas.
Explico:
Nos dias e semanas seguintes às legislativas o debate será sobre os resultados,
para apontar os derrotados e encontrar os culpados,
louvar os vitoriosos,
saber quem vai formar governo e quem serão os ministros.
Mais ainda se PS e PSD ficarem próximos e se tornar possível ao segundo partido formar governo por coligação.
Vão rolar cabeças no PS ou no PSD.
Ferreira Leite ou José Sócrates deixarão de ser líderes,
irá discutir-se o futuro desses partidos,
aparecerão candidatos e serão marcados congressos extraordinários para quem perdeu. Só depois haverá espaço nas agendas mediáticas para as campanhas autárquicas.
Todos sabemos a importância das televisões em tempo de campanha eleitoral, sobretudo nas autárquicas. Por se tratar de assuntos mais localizados – normalmente excluídos dos media por não serem transversais e de interesse geral – essa é a grande oportunidade do debate político se fazer mais próximo dos eleitores.
Assim, as autárquicas serão atiradas para o meio ou final dos alinhamentos dos Telejornais. Nessa altura o tema será “esmagado” porque já se passaram vinte ou trinta minutos a discutir política nacional e as audiências não aguentam tanto massacre.
A disputa em Lisboa ocupará o espaço que sobejar.
Aos outros pouco restará.
Luís Castro