Todos os dias nós decidimos o que deve ou não deve ser notícia.
Mas como tornar esse processo mais transparente?
Há não muito tempo, discuti o assunto com um dos decanos da nossa profissão. Coloquei-lhe a hipótese de mostrar aos nossos "públicos" os critérios que nos levam a escolher determinados assuntos em detrimento de outros. Respondeu-me que nem os jornalistas nem os "públicos " estariam preparados para esse passo.
Hoje soube que o New York Times começou a disponibilizar no seu site uma gravação com as reuniões de alinhamento do jornal.
Miguel Sousa Tavares escreveu recentemente no Expresso que "A maior e mais real ameaça à liberdade de imprensa é o tipo de jornalismo que hoje se faz e que é ditado, primeiro do que tudo, pela necessidade de vender informação e conquistar audiências a qualquer preço". Não posso estar mais de acordo.
Guardo as palavras de Rupert Murdock, o magnata dos media, que um dia se questionou:
"Como devemos tratar quem está do outro lado do ecrã, como cidadãos ou como telespectadores? Como cidadãos, dando-lhes as ferramentas necessárias para interpretarem o país e o mundo; ou como telespectadores, fornecendo-lhes conteúdos capazes de gerar audiências?
Responde eu:
venceu o segundo.
Os espaços de informação têm cada vez mais histórias e cada vez menos notícias.
Nao podia estar mais de acordo. Cada vez menos vejo o Telejornal ou boletins informativos, faco a minha seleccao pelos titulos nas feeds de noticias de varios jornais que subscrevo online.
Olá Luis! Não me aparece o video, mas provavelmente mais tarde, aparecerá. Eu sempre gostei muito de jornalismo, aliás, confesso que há muitos anos atrás (25) entrei para comunicação social, com uma boa média, mas a vida trocou-me as voltas... e fiquei-me apenas pela satisfação de ter tido uma vaga para mim... nessa área. Hoje em dia a notícia é abordada em termos sensacionalistas com o objectivo de criar audiências, isso já sabemos, mas até quando se pode continuar a passar assim a notícia ao telespectador... sim porque nós com este tipo de postura, já nem a noticia mais chocante nos toca, o excesso de sensacionalismo provoca indiferença na maior parte dos cidadãos, acho. E depois não se dá continuidade à noticia, eu sou distraida e 'desinteressada', mas nunca mais ouvi falar do haiti. A própria maneira dos jornalistas noticiarem... é uma técnica nova...!, de há uns anos para cá...?, há uma certa gaguez propositada. Seja como fôr, um bem haja, com todo o respeito a quem nos informa o que por aqui e pelo mundo fora vai acontecendo. "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" bj mmoura
Caro Luis, soube que a reportagem vai hoje para o ar, infelizmente nao vou poder ver, será que depois a podes colocar aqui? Abraços e parabens pelo excelente blog
Luís, não há palavras... excelente, fantástico trabalho. Deixo-te um abraço e agradecimento pela oportunidade que nos deste de saber o que se vive no Afeganistão, de sentir orgulho pelo desempenho das nossas tropas e um orgulho ainda maior em te conhecer e poder chamar de amigo. Beijo grande e mais uma vez parabéns.
por acaso concordo com a frase do Miguel Sousa Tavares, também a li na altura, mas não acho que ele seja um bom exemplo desse cuidado que os jornalistas deviam ter para se deixarem das "não noticias"
já agora parabéns pelo Linha da Frente, foi muito bom e enchi o peito de orgulho por ver os portugueses como "queridos" dos locais
Luis! Reportagem feita com seriedade e serenidade! Adorei. É este tipo de equilibrio no vosso trabalho, que nós, cidadãos/espectadores precisamos! bj mmoura
Jornalista desde 1988
- 8 anos em Rádio:
Rádio Lajes (Açores)
Rádio Nova (Porto)
Rádio Renascença
RDP/Antena 1
- Colaborações em Rádio:
Voz da América
Voz da Alemanha
BBC Rádio
Rádio Caracol (Colômbia)
Diversas - Brasil e na Argentina
- Colaborações Imprensa:
Expresso
Agência Lusa
Revistas diversas
Artigos de Opinião
RTP:
Editor de Política, Economia e Internacional na RTP-Porto (2001/2002)
Coordenador do "Bom-Dia Portugal" (2002/2004)
Coordenador do "Telejornal" (2004/2008)
Editor Executivo de Informação (2008/2010)
Enviado especial:
20 guerras/situações de conflito
Outras:
Formador em cursos relacionados com jornalismo de guerra e com forças especiais
Protagonista do documentário "Em nome de Allah", da televisão Iraniana
ONG "Missão Infinita" - Presidente
Obras publicadas:
"Repórter de Guerra" - autor
"Por que Adoptámos Maddie" - autor
"Curtas Letragens" - co-autor
"Os Dias de Bagdade" - colaboração
"Sonhos Que o Vento Levou" - colaboração
"10 Anos de Microcrédito" - colaboração