Repórter da CBS critica cobertura jornalística da guerra no Iraque
Fonte: Público
A correspondente da CBS Lara Logan, uma repórter de 36 anos de idade que trabalha em cenários de guerra há sete anos, afirmou em directo no programa «Daily Show» que se tivesse de ver as notícias sobre o Iraque que são publicadas nos Estados Unidos «daria um tiro na cabeça». As reportagens de Lara Logan chegaram a motivar a censura pública de George W. Bush e do seu vice-presidente, Dick Cheney, mas também lhe valeram um Emmy no ano passado.
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080620162148&z=1
De Aleph a 21 de Junho de 2008
http://josemariamartins.blogspot.com/2008/06/psp-no-controlada-democraticamente-o.html
boas,
felizmente que ainda existem profissionais assim, mas infelizmente são muitooooo poucos, especialmente nos EUA, e quando existem geralmente são mandados calar, ou nem seuer emos conhecimento deles porque simplesmente não têm "tribuna" para nos mostrar o que realmente se passa por esse mundo fora e que não é nada de bom.
a verdade é que nos EUA e também por cá, os meios de comunicação são controlados ou pelo governo ou por multinacionais da comunicação, grandes grupos que nos EUA especialmente, pertencem ainda a grupos maiores, mas do armamento.
É óbvio que os interesses desses grupos de media é fomentarem as guerras e não mostrar o que realmente se passa nestas ou como se lá chegou, como no caso do Iraque e do Afeganistão e proximamente do Irão, através de mentiras descaradas dos supostos governantes.
Por exemplo, ainda há não muito tempo nos EUA preparava-se para ser aprovada nova lei sobre a aquisição de meios de comunicação, onde mais uma vez os grandes grupos iriam se tornar ainda maiores, menos concorrência, mais facilidade de mascarar a realidade, de criar uma realidade alternativa, quem estava por trás dessa lei era nada menos que o filho do general Collin Powell.
como sempre digo a Oeste nada de novo.
Felizmente ainda existem grandes jornalistas como o Australiano, John Pilger.
Tne following is a transcript of John Pilger's address - 'War by Media':
"During the Cold War, a group of Russian journalists toured the United States. On the final day of their visit, they were asked by their hosts for their impressions. “I have to tell you,” said their spokesman, “that we were astonished to find, after reading all the newspapers and watching TV, that all the opinions on all the vital issues were, by and large, the same. To get that result in our country, we imprison people, we tear out their fingernails. Here, you don't have that. What's the secret? How do you do it?”
What is the secret? It's a question now urgently asked of those whose job is to keep the record straight: who in this country have extraordinary constitutional freedom. I refer to journalists, of course, a small group who hold privileged sway over the way we think, even the way we use language.
I have been a journalist for more than 40 years. Although I am based in London, I have worked all over the world, including the United States, and I have reported America's wars. My experience is that what the Russian journalists were referring to is censorship by omission, the product of a parallel world of unspoken truth and public myths and lies: in other words, censorship by journalism, which today has become war by journalism.
For me, this is the most virulent and powerful form of censorship, fuelling an indoctrination that runs deep in western societies, deeper than many journalists themselves understand or will admit to. Its power is such that it can mean the difference between life and death for untold numbers of people in faraway countries, like Iraq.
During the 1970s, I filmed secretly in Czechoslovakia, then a Stalinist dictatorship. I interviewed members of the dissident group, Charter 77. One of them, the novelist Zdener Urbanek, told me, “We are more fortunate than you in the West, in one respect. We believe nothing of what we read in the newspapers and watch on television, nothing of the official truth. unlike you, we have learned to read between the lines of the media. unlike you, we know that that real truth is always subversive.” By subversive, he meant that truth comes from the ground up, almost never from the top down. (Vandana Shiva has called this 'subjugated knowledge').
podem ler o resto em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=267 é uma leitura que abre os olhos para a realidade, esta palestra tb existe no video.google.
abs,
rjnunes
Ricardo,
sei muito bem do que ela fala.
Já o senti na pele.
Não sei se sabes, mas estive preso no Iraque pelos americanos em 2003.
Fui agredido e humilhado pelos mesmo que se diziam libertadores.
Tudo porque eu estava à solta e informava sem que eles tivessem qualquer controlo sobre o que eu escrevia.
Ab.
LC
Escrevia e mostrava, não só para a RTP como pela Eurovisão para todo o mundo, uma vez que todos os outros jornalistas que se encontravam dentro do Iraque estavam controlados.
As minhas reportagens eram difundidas para todo o mundo.
Conto isso no livro "Repórter de Guerra".
LC
boas,
ainda bem que assim agiu, LC, é um dever de qq jornalista apresentar os factos como eles são.
neste momento tenho imenso que ler, mas quando puder darei uma olhada ao seu livro.
cumprimentos,
rjnunes
Ricardo,
espero que goste.
Ab e boas leituras.
LC
De Antonio Sarmento a 21 de Junho de 2008
Boa tarde Luís,
De facto, pareceu-me ser uma jornalista bastante objectiva e sem qualquer receio das censuras do presidente americano. Não sei se sabe alguma coisa do trabalho dela, mas tem alguma ideia se costuma deslocar-se sozinha pelo Iraque ou anda normalmente "embeded" com as forças americanas?
Abraço
A.S.
Pois...
ninguém anda à solta no Iraque, excepto um maluco: eu!
Têm sempre protecção de seguranças armados, carros blindados ou então andam com o exército ou de heli americano.
LC
De Filipa V. Jardim a 21 de Junho de 2008
Mas depois, o facto de andar mais solto no Iraque dá frutos Luís. As suas reportgens de rua, de gente comum, de opinião repentina são ímpares.
Consigo conseguimos perceber como está a cultura, como vivem as pessoas...como sobrevivem as pessoas, os sonhos, os anseios, os sentimentos. Os Bassim deste mundo...
A maioria dos seus colegas, os tais que se fazem acompanhar por muita tropa e muita segurança, limitam-se a contar espingardas e mortos, são reportagens sem rostos e por isso com pouco conteúdo e sem nenhuma imaginação.E, quanto a mim com uma consequência perniciosa, a banalização do que não pode nem deve nunca ser banalizado: o sofrimento.
Nem que a guerra dure para sempre, aos repórteres de guerra cabe essa missão maior, a de tentar que cada ser humano em sofrimento continue a ser único.E que ,cada um de nós deste lado feliz do mundo, continue a achar que mais um ser humano em sofrimento é sempre demais.
Conseguiu fazer esse trabalho de uma forma muito especial, agora no Iraque, como o tem conseguido fazer nos outros conflitos por onde tem passado.
Este blogue também é um bocadinho o espelho dessa diferença, porque uma reportagem de guerra não é igual a outra reportagem de guerra.
Bjs
Filipa V. Jardim
Filipa,
as guerras nunca são iguais. Só o sofrimento.
Cada pessoa, cada soldado tem uma história para contar. E são essas pessoas caladas que nós procuramos para ouvir e dar voz.
São também essas reportagens que mais me tocam e comovem.
Sim, porque eu também tenho emoções, embora algumas pessoas julguem e defendam que não.
A linha da frente não é só onde há tiros.
Bjs
LC
Infelizmente, está em flash e o Gnash não consegue apresentar o vídeo. :( Por acaso alguém tem o vídeo em Ogg, Avi ou até mesmo em WMV?
pois, é que isto de ser país de oportunidades, país livre e blá blá blá também tem muita hipocrisia à mistura e as noticias só interessam quando nos interessam ou melhor quando interessam a quem está à frente de qualquer coisa.
também é verdade que no meio de tantos jornalistas há muitos que não são dignos de crédito, mas isso acontece em todas as profissões.
É como em tudo na vida.
LC
De Manuel Guedes a 24 de Junho de 2008
(In)felizmente esta repórter é uma excepção nos média americanos. George Orwell disse "Em tempos de fraude universal, dizer a verdade torna-se um ato revolucionário".
Entrevista da CNN:
http://www.youtube.com/watch?v=6I420_fPM2E
Discurso nos Emmys:
http://www.youtube.com/watch?v=OPyQOy9M6fg
Entrevista no Daily Show:
http://www.thedailyshow.com/full-episodes/index.jhtml?episodeId=173861
Manuel,
o país que nos revolucionou ( enquanto imprensa) é o mesmo que agora admite a censura.
Ainda bem que nem todos o aceitam.
Ab.
LC
Bem... esta é, ao que se pode chamar, uma mulher da guerra. 
Que ataques fortíssimos.. e claro, tem toda a razão.
Abraço
Nuno,
uma verdadeira mulher de armas!
Ab.
LC
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