Alguém consegue descobrir onde está o sinal de trânsito que me impedia de virar à esquerda?
Pois, nem eu!
Quando voltei atrás para procurar o tal sinal, descobri que não existia.
Reclamei com o agente da polícia de trânsito, mas nada feito. “Não tem sinal… mas já teve!”, respondeu-me, para logo a seguir acrescentar que “ao fim de um certo tempo a conduzir, o senhor já deve saber onde estão os sinais.” Como se não bastasse, e perante as insistentes chamadas de atenção de um outro polícia que lhe lembrava ser eu um cidadão estrangeiro apenas há três dias em Angola e lhe dizia não haver motvo para me multar, o mesmo agente procurou outro argumento: “É um triângulo e, como tal, não podia voltar ali”. Para que percebam, o triângulo a que ele se referia tem lá dentro um jardim, um coreto e uma bomba de gasolina.
Para quem não sabe, sou do signo escorpião e, como tal, muito teimoso. Mais ainda quando sei que a razão me assiste. Assim, dirigi-me à esquadra e munido das fotografias que comprovavam a minha versão. Quando consegui falar com o comandante, bastou menos de um minuto para que o Intendente mandasse anular a multa e para que a minha carta de condução me fosse devolvida.
O episódio desta tarde – que me gastou três preciosas horas de trabalho – mostrou-me a velha e a nova polícia. Agora, a todos os candidatos a polícia, é-lhes exigida pelo menos a 11ª classe. Se durante a guerra, a Polícia era uma força de apoio ao Exército, agora são eles os principais responsáveis pela segurança no país. Já são poucos os soldados que se vêem fora dos quartéis. E garanto-vos: sinto-me mais seguro nas ruas de Luanda do que nas ruas de Lisboa.
Luís Castro
Finalmente começámos a trabalhar.
O dia foi dedicado ao tema que dei como título ao último post: Angola está em obras!
Tomámos o pequeno-almoço no “Aníbal de Melo”, o centro de imprensa e, mais uma vez, o drama diário: conseguir duas facturas separadas. Hoje já não havia recibos manuais. Pois, vou fazer de conta que acredito…
Primeira entrevista com um português – a quem Agostinho Neto deu a cidadania angolana e que foi o primeiro ministro das Obras Públicas após a independência – e uma certeza: “Esta Angola que está a renascer já teria acontecido se não tivesse passado por décadas de guerra.” Um engenheiro também português confirma: “há obras por todo o lado”, para acrescentar logo a seguir que não é só em Luanda.
Esperei toda a manhã por uma resposta da Soares da Costa. Ninguém ligou, lucrou a Somague. Foi com eles que fomos às obras e serão eles a aparecer no Telejornal um destes dias.
Para o Sérgio Ramos, o repórter de imagem com quem vim, tudo é novo. É a primeira vez que vem a África e até ficou admirado por ter ficado trinta minutos à espera de um recibo no Hotel Trópico. Mas está aqui ao meu lado a dizer que está a gostar. Ainda bem.
Reencontrei um amigo que conheci
Luís Castro
“Não faz duas coisas simultaneamente!”
A reprimenda veio do carro que vinha logo atrás e no momento em que tirava esta fotografia para colocar no blogue. O motorista/candongueiro estava com pressa para passar e levava na Hiace, pelo menos, o dobro da lotação. Teria razão, não fosse o trânsito estar praticamente parado.
É verdade: está impossível circular de carro em Luanda! Pior ainda porque algumas ruas foram cortadas ao trânsito por estarem a ser alcatroadas. Esta é décima vez que venho a Angola desde 1991. Conheço, portanto, muito bem esta cidade e muitas das províncias angolanas e o que vos digo é que este país está
Talvez nenhum país do mundo tenha tantas coisas a acontecer neste momento como Angola.
Estes serão alguns dos temas que vou começar a trabalhar a partir de amanhã, embora já tenha percebido que metade do dia é para filmar e a outra metade é para passar no meio dos engarrafamentos.
Luís Castro
*Vou tentar colocar um post todos os dias, roubando ao sono para que não prejudique a missão que me trouxe até cá.
É, sem dúvida, uma das cidades mais caras do mundo!
Hoje, paguei 70 dólares pelo almoço no “Trópico”; ao jantar cobraram-me 8 dólares por uma garrafa de litro e meio de água no “Miami”. A vida até para o pula jornalista não está fácil.
Passei o dia na Embaixada, no Consulado, a tratar de um novo visto e a fazer contactos com velhos amigos e com potenciais entrevistados. O resto do tempo foi passado no trânsito caótico do centro de Luanda.
Ainda não pude confirmar, mas parece-me que Luanda está melhor.
Disso, dar-vos-ei conta no próximo post. Agora vou dormir (a noite foi passada em viagem) e amanhã espera-me mais um dia de papeladas. Só depois é que poderemos começar a trabalhar.
Sei que esperam que vos fale das misérias de Angola, mas... e se vos mostrar também o que há de bom e o que está a mudar?
São mais de 60 mil portugueses a viver por cá e com muito para contar.
Bem, “falamos” amanhã, certo?
Bjs e abraços do kamba Castro.
Pois é, estou em Angola.
Cheguei há minutos e apanhei logo um dos habituais engarrafamentos de trânsito.
Mais de uma hora do aeroporto até à baía!
Mais logo dou notícias.
Bjs e braços.
Luís Castro
Pequim 2008 termina como começou: em grande!
Confesso: não vi em directo a abertura dos Jogos Olímpicos, mas esta tarde não perdi um segundo da cerimónia de encerramento. Simplesmente, deslumbrante!
Só não gostei do contributo inglês no espectáculo. Demasiado pobre e fora do contexto. Salvou-se David Beckham que nem precisou de falar, bastou-lhe uma bola nas mãos, um chuto e foi o delírio entre a multidão e os bailarinos que disputaram a bola no relvado. Londres 2012 terá de fazer muito mais se quiser estar à altura de Pequim 2008.
EUA e Rússia são, para mim, os grandes derrotados. Que o mundo aprenda com a aposta que os chineses fizeram ao longo deste últimos anos, procurando quem os ajudasse nas modalidades em que se sentiam mais frágeis.
Quanto aos portugueses, esquecendo as tiradas a despropósito e falta de estrutura mental de alguns atletas, até que não foi assim tão mau.
http://olimpicos2008.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1340294
É o roubo do século. A carrinha blindada da empresa de transportes da Prosegur que na madrugada de segunda-feira foi assaltada com recurso a explosivos, na auto-estrada do Sul (A2), próximo de Aljustrel, estava carregada de dinheiro. Fontes contactadas pelo CM garantem que o valor andaria próximo dos 2,5 milhões de euros, quantia essa que se destinava a abastecer as mais de 730 caixas de multibanco da zona do Algarve.
Notícia "Correio da Manhã"
Como estou de férias, tenho mais tempo para ver a concorrência.
E em boa hora escolhi a TVI para saber as notícias de ontem, pois fiquei a saber da boca do director adjunto da Polícia Judiciária que não há uma onda crescente de criminalidade em Portugal.
Ufa!
Mas logo a seguir fiquei confuso, pois no mesmo dia o Procurador Geral da República anunciou para Segunda-feira uma “comunicação ao país” sobre essa tal onda de criminalidade que a PJ diz não existir.
Em que ficamos, meus senhores?
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=360043&tema=27
Luís Castro
Fiquei espantado com o que vi na SIC: em Vila Nova de Poiares, a Brigada de Trânsito foi multada pela Polícia Municipal. Mais: a PM ameaçou até rebocar o carro da BT!
Enquanto isto, no mesmo dia, em plena A2, uma carrinha de valores foi assaltada por ladrões que demonstraram grande grau de profissionalização, tanto pelo uso de explosivos como pela forma como prepararam e executaram a operação. E em Setúbal, um ourives foi baleado mortalmente na cabeça por jovens que o tentaram assaltar.
Quem põe mão nisto?
Ou é uma realidade com a qual vamos passar a conviver diariamente?
A ideia de que o Verão é mais propício para a actividade sexual não é um mito e até é nesta altura
que os homens com disfunção eréctil conseguem mais desempenhos, segundo o director do serviço de Urologia do Hospital de São José, em Lisboa.
«Não há nenhum fundamento fisiológico para aumentar a apetência sexual no Verão, mas se as pessoas estão de férias, com menos stress e mais tempo para comunicar, é natural que tenham mais relações sexuais», explica Vítor Vaz Santos.
Em termos puramente fisiológicos, há variabilidade das hormonas ao longo do dia, no caso do homem - que atinge o pico da testosterona de manhã - e ao longo do mês, no caso da mulher, que tem maior apetência sexual entre o 14º e o 18º dia do ciclo menstrual, altura que coincide com o seu período mais fértil.
«Enquanto o homem é como uma máquina simples que funciona ligando-se no botão on, a mulher é como um amplificador complicadíssimo, cheio de botões que estão ligados uns aos outros. Não há um ciclo para o homem ter relações sexuais: desde que esteja fisiologicamente bem, está sempre disponível e com desejo. A mulher é que não», adianta o especialista em medicina sexual.
Mas, sublinha, ao contrário do que acontece com os animais, a sexualidade humana ultrapassa largamente as questões hormonais, sendo muitos e variados os factores que contribuem para a frequência das relações.
Certo é que nas férias de Verão disparam as vendas de preservativos: em Agosto do ano passado foram comercializadas cerca de 77 mil caixas, mais 15 mil do que a média dos restantes meses.
De acordo com dados da consultora IMS Health, divulgados à agência Lusa, também a pílula do dia seguinte regista um grande aumento no mesmo período, o tradicional mês de férias para a maioria dos portugueses, com cerca de 23 mil embalagens vendidas em Agosto de 2007, mais quatro mil do que a média.
«As mulheres sentem-se, em geral, fisicamente mais atractivas, o que tem mais a ver com o contexto do que com questões hormonais. Muitas planeiam as férias já com a expectativa de ter uma aventura e saem em excursões deliberadamente sozinhas ou com pequenos grupos de amigas, levando já a contracepção planeada», relata o sexólogo Júlio Machado Vaz.
Segundo o psiquiatra, há mulheres que não estão sexualmente activas nos períodos de trabalho, mas prevêem estar durante as férias, optando, por isso, por usar a pílula do dia seguinte, e não a pílula normal, a contar com uma «curte sem consequências».
«Não acontece entre os casais, mas por exemplo no caso dos engates de praia. Há uma maior possibilidade de relacionamento na época turística e o sexo surge inesperadamente», corrobora Santinho Martins, presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.
Mas se na cabeça de muitos o Verão é sinónimo de relações mais passageiras, já o Inverno é a altura escolhida pelos casais portugueses para pensar na família e conceber os filhos.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, relativos ao período entre 2003 e 2007, Setembro e Outubro foram os meses em que nasceram mais crianças, concebidas em Dezembro e Janeiro.
Abril é, pelo contrário, a altura em que nasceram menos bebés, o que significa que Julho é o mês mais «fraco» no que toca à procriação.
«Há muitos anos dizia-se que o sexo era a televisão dos pobres. No Inverno os dias são mais curtos, a temperatura baixa e os casais ficam mais tempo em casa e vão para a cama mais cedo. Se calhar não há tantas outras coisas para fazer…», sugere Júlio Machado Vaz.