Caros amigos,
a RTP atribuiu-me novas tarefas.
Chegam ao fim, por isso, quatro anos de coordenação do Telejornal.
Aprendi e cresci muito. A vós e a todos com quem trabalhei o devo.
A todos agradeço e peço desculpa se em algum momento vos desiludi.
E se mais não dei, foi porque não soube ou não pude.
Foi fantástico trabalhar convosco e para vós.
Vocês são a melhor redacção do país!
Desse lado, vocês merecem o melhor de nós. Sempre!
Foi uma honra servir-vos.
De hoje em diante, passarei a desempenhar o cargo de Editor Executivo com responsabilidade editorial sobre todos os espaços informativos da RTP.
Luís Castro
A expectativa era enorme.
Finalmente ia conhecer África. Como seria?
Ia deparar-me com aquelas imagens que durante toda a vida fui vendo nos filmes? Paisagens deslumbrantes e animais por todo o lado? Quase esqueci que Angola também tem cidades…
Enfim, fui assaltado por um enorme turbilhão de emoções.
O Primeiro impacto, quando aterro em Luanda, é a falta daquele cheiro a terra de que tanto ouvira falar.
Depois vem o caminho para a cidade. Absorvo tudo com sofreguidão para não perder pitada. Quando finalmente chegamos a casa, a primeira surpresa: não há água. E como não faltavam garrafas de litro e meio de água engarrafada, o meu primeiro banho em Angola ficou para a história.
Depois foi o viver numa cidade estranha, com um trânsito caótico, mas que me cativava de dia para dia. Comecei a conhecer sítios e pessoas diferentes e, quase sem dar por isso, comecei a sentir-me um “local”.
Quando saímos de Luanda para iniciar a nossa aventura de carro pelo interior do país, regressou a ansiedade. Como será a partir de agora?
E, na verdade, por muito que escreva, nunca conseguirei transmitir todas as sensações e emoções que senti naquela viagem.
Finalmente o tal cheiro a terra que ainda hoje guardo religiosamente. Sítios lindíssimos; gentes diferentes, com modos de vida diferentes e com uma calma e serenidade que me deixaram espantado; o pôr-do-sol mais vermelho que alguma vez vi; uma picada que nunca mais acabava e que nos surpreendia a cada cem metros.
Só faltou ver os macacos a saltar de galho em galho, os leões a dormir à sombra de uma árvore e o resto da bicharada.
Confesso: fiquei com uma costela africana e voltei com a certeza de que tenho de voltar.
Melhor era impossível!
Obrigado Luís Castro pelo companheirismo.
Obrigado RTP por me proporcionares esta viagem.
Sérgio Ramos
*** Será o Sérgio a responder aos vossos comentários.
Luís Castro
“Só agora estamos a conhecer o nosso próprio país!”
Guardo a frase que ouvi no bar do Hotel Trópico, à conversa com amigos angolanos.
Durante a guerra, poucos ousavam viajar para fora de Luanda. Agora, com a paz e com as estradas que estão a rasgar o país, os angolanos partem à descoberta do interior.
E há tanto para desvendar!
Morro da Lua, à saída de Luanda.
Praia no Lobito, junto ao Hotel Terminus.
Estrada de Benguela para o Huambo.
Se alguém souber como se chamam estes morros...
Os formigueiros chegam a atingir mais de dois metros de altura.
Aldeia no interior, entre Calussinga e a Quibala.
Maria Jamba, bebé com poucas semanas de vida.
Foto tirada à passagem no Cubal.
São elas o futuro deste país!
São as últimas fotografias da nossa viagem pelo interior de Angola.
Foram quase três mil quilómetros em apenas cinco dias.
Amanhã vou publicar um post do Sérgio Ramos, o repórter de imagem que me acompanhou durante esta aventura.
Vão gostar.
Luís Castro
Chamaram-lhe a estrada mais curta para a África Central.
A construção arrancou em 1899 e pretendia chegar às riquezas minerais do antigo Congo belga.
Trinta anos depois a linha chegaria ao Luau.
Depois da independência e com a guerra civil, a maior parte do caminho de ferro acabou por ser destruído ou seriamente danificado.
Os chineses estão a recuperar a linha de ferro que custará dois mil milhões de dólares.
Nos primeiros meses do próximo ano o comboio apitará no Huambo.
São mais de
a RD do Congo.
Fotografias tiradas entre o Cubal e o Huambo.
Para saber mais sobre os antigos CFB
http://www.cpires.com/angola_comboios.html
Luís Castro em Angola