A expectativa era enorme.
Finalmente ia conhecer África. Como seria?
Ia deparar-me com aquelas imagens que durante toda a vida fui vendo nos filmes? Paisagens deslumbrantes e animais por todo o lado? Quase esqueci que Angola também tem cidades…
Enfim, fui assaltado por um enorme turbilhão de emoções.
O Primeiro impacto, quando aterro em Luanda, é a falta daquele cheiro a terra de que tanto ouvira falar.
Depois vem o caminho para a cidade. Absorvo tudo com sofreguidão para não perder pitada. Quando finalmente chegamos a casa, a primeira surpresa: não há água. E como não faltavam garrafas de litro e meio de água engarrafada, o meu primeiro banho em Angola ficou para a história.
Depois foi o viver numa cidade estranha, com um trânsito caótico, mas que me cativava de dia para dia. Comecei a conhecer sítios e pessoas diferentes e, quase sem dar por isso, comecei a sentir-me um “local”.
Quando saímos de Luanda para iniciar a nossa aventura de carro pelo interior do país, regressou a ansiedade. Como será a partir de agora?
E, na verdade, por muito que escreva, nunca conseguirei transmitir todas as sensações e emoções que senti naquela viagem.
Finalmente o tal cheiro a terra que ainda hoje guardo religiosamente. Sítios lindíssimos; gentes diferentes, com modos de vida diferentes e com uma calma e serenidade que me deixaram espantado; o pôr-do-sol mais vermelho que alguma vez vi; uma picada que nunca mais acabava e que nos surpreendia a cada cem metros.
Só faltou ver os macacos a saltar de galho em galho, os leões a dormir à sombra de uma árvore e o resto da bicharada.
Confesso: fiquei com uma costela africana e voltei com a certeza de que tenho de voltar.
Melhor era impossível!
Obrigado Luís Castro pelo companheirismo.
Obrigado RTP por me proporcionares esta viagem.
Sérgio Ramos
*** Será o Sérgio a responder aos vossos comentários.
Luís Castro