
Diz Belmiro de Azevedo:
«É preciso que as pessoas – num período em que não há tanto emprego – aproveitem para meter umas “injecçõezinhas” de formação e de experiência. Mais vale, neste período, ganhar metade mas estar activo.»
Concordo, senhor engenheiro.
Esqueceu-se, porém, de dizer que os empresários também precisam de umas “injecçõezinhas de formação”. E de respeito, já agora.
E que tal levantar a voz contra os seus colegas empresários que aproveitam a crise para despedir, mesmo sem qualquer motivo de gestão financeira e apenas por oportunismo?
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Belmiro-de-Azevedo-acredita-em-epoca-de-crise-e-preferivel-ganhar-metade-mas-estar-activo.rtp&headline=20&visual=9&tm=6&article=215272
Luís Castro
De Patricia Dinis a 23 de Abril de 2009
Posso sugerir que o Sr. Belmiro de Azevedo distribua metade do seu ordenado (já para não falar na sua riqueza acumulada) pelos seus empregados, talvez como prémio pelo esforço que fazem em tempo de crise? Ou talvez possa reduzir os horários de trabalho, que agora são de 12h em full-time nos seus supermercados, para poder contratar trabalhadores em número e não sobrecarregar os que já tem. Ah, esqueci-me, quando há crise são sempre os mesmos a fazer sacrifícios... E custa mais dinheiro ao patrão ter 500 empregados do que ter 400 a trabalhar metade (!) do total de horas do seu dia. Não querendo alongar-me no comentário, há dias tive uma discussão com um licenciado em economia que dizia: quando uma equipa de futebol não ganha (o benfica...) é mais fácil despedir o treinador do que despedir 23 jogadores. Aproveitei logo para fazer o paralelo: infelizmente, em tempo de crise é mais fácil despedir 200 trabalhadores do que reduzir o salário a um gestor, recriminar, chamar à razão e muitos menos despedi-lo.
No entanto, o Sr. Belmiro tem razão. Para quem tem tão pouco, metade de pouco é melhor que nada.
Beijos, Luís.
Patricia
Uma vergonha os salários de alguns gestores públicos.
Brevemente irei escrever sobre isso.
bjs
LC
Pois... eu já trabalhei para o Sr. Belmiro, e não foi fácil... venha a mim o vosso reino e seja feita a minha vontade... bom, águas passadas. Mas tens razão Luís, vemos muitas empresas a fechar e a despedir trabalhadores em massa, quando não há motivos reais para o fazerem, esta crise vai enriquecer muita gente, e na verdade, não bvejo empresários nas filas imensas do Instituto do Emprego e Formação Profissional. Beijinho
Sónia,
eu já não posso dizer o mesmo.
Dei-mne bem, mas foi em 1989/1993, na Rádio Nova, no Porto.
Bjs
Lc
De Sónia Pessoa a 23 de Abril de 2009
Que se note Luis que não me dei mal a nível particular, mas há problemas que se vivem em conjunto, em equipa, e que eu também acabei por sentir. Foi numa altura em que o Público ainda era uma família, ainda se vivia e trabalhava em comunidade, eram outros tempos, era outra direcção, uma direcção que lutava pelos trabalhadores e por isso as coisas eram vividas de forma intensa mesmo quando não nos afectavam directamente. Bons tempos... perdoa-me, já queria ter-te ligado para agradecer melhor e dar-te um beijinho, mas a coisa aqui tem andado cinzenta. a ver se ligo... bjos
Já enviei o teu texto para o meu amigo.
Bjs
LC
De Sónia Pessoa a 25 de Abril de 2009
Obrigada!Posso ligar-te na segunda feira?
ouvi hoje na rádio e soltei um : Vai dar banho ao cão!!
Não, porque gasta água.
O homem é austero.
Ab.
LC
De Sónia Pessoa a 23 de Abril de 2009
rsss... tens razão... é poupadinhoooo. rsss
Ora nem mais! Concordo plenamente (com o que diz o Luís Castro neste post, é claro). Já o cartaz do BE diz Quem tem lucros não pode despedir!
Mandaria o bom senso que assim fosse.
LC
De Xano a 23 de Abril de 2009
O Sr. Belmiro Azevedo, com a riqueza que têm, que para mim é um insulto, tendo em conta, que vivemos num mundo em que é há pessoas que vivem com menos de 1 dolar por dia, isto é um insulto...Umas injecçõezinhas ???Gostava de ver o Belmiro Azevedo, viver com 200 eur , por mês!!! Respeito e mais sensibilidade, Sr. Belmiro Azevedo...
Julgo que o Verão vai piorar ainda mais a situação de muitas famílias portuguesas.
Ab.
LC
De Hernani a 23 de Abril de 2009
Falemos por exemplo do nosso amigo Amorim.
Claro.
Amorim tinha lá 300 "monos" a mais e aproveitou a crise...
Ab.
LC
De
Fatima a 23 de Abril de 2009
Seria muito importante que estes empresários dessem publicamente a cara, no sentido de incentivar os colegas, a manter o emprego e apostar na formação, nesta fase crítica da nossa economia.
Soube de um empresário a quem aconselharam a internacionalização da empresa e ele preferiu gastar esse dinheiro num carro de alta cilindrada. A empresa fechou meio ano depois.
Esse empresário deveria ir preso!
É verdade que o dinheiro é dele, mas várias pessoas ficaram sem emprego.
LC
De José Fernandes a 23 de Abril de 2009
INFORMAÇÃO
Informo todos aqueles que neste momento estão "activos" e a receber metade do seu salário que o infantário, a escola ou a universidade onde os seus filhos estudam cobram apenas metade da mensalidade que normalmente pagam.
Acrescento que os fornecedores de serviços como água, luz e gás adoptam o mesmo sistema de cobrança, ou seja pagam apenas metade das contas.
Destaco por último, que não será necessário reduzir para metade o número de refeições diárias, dado que por solidariedade do grupo Sonae, através das suas lojas de distribuição alimentar - Modelo-Continente - cada cliente "activo" paga apenas metade do valor das suas compras de bens de primeira necessidade.
De A Simões a 23 de Abril de 2009
Depois de 47 anos de trabalho (para bons e maus patrões) e de 35 anos da lengalenga que são necessários sacrifícios para ultrapassar a crise, choca-me não ter conseguido construir um país decente, com gente decente.
Muitas das pessoas responsáveis pelo que de mau aconteceu neste país ao longo destas últimas décadas, são os mesmas que hoje estão a reclamar os valores de Abril.
Haja vergonha.
Ab.
LC
De joão a 24 de Abril de 2009
Boa noite Luís Castro.
As palavras do Sr. Belmiro não me espantam nada, porque a sua conduta como patrão tem sido pautada pelo oportunismo, não é a toa que ele coloca licenciados nas caixas dos seus hipermercados, talvez por excesso de formação.
Luís, na minha modesta opinião, o problema e muito mais profundo, eu próprio trabalho numa empresa «Portuguesa com certeza », desde há vários anos que sou o técnico com mais formação profissional e académica e tudo têm tentado fazer para me despedirem, pois para o patrão deste Portugal pequenino quanto mais burro melhor, propor, projectar, acima do chefe é visto em Portugal como afronta ao patrão (nalgumas empresas, quase todas, portuguesas com certeza).
Há heranças culturais que não se apagam numa ou mais gerações, o facto de me apresentar na empresa como candidato a mestrando, fui tido como relevantemente mau para a empresa e por isso arrogado num processo disciplinar contra mim.
Luís as palavras do Sr. Sonae devem merecer uma profunda reflexão sobre aquilo que são na verdade os empregadores de massas nesta sociedade capitalista globalizada.
Por fim uma pergunta: qual foi a herança que os colonizadores deixaram nas colónias por onde andaram?
João,
não me surpreende o que conta sobre a forma como encararam o seu mestrado.
Também na minha empresa há quem seja prejudicado na avaliaçãoi anual por ter o estatuto de trabalhador estudante.
Ab.
LC
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