Cheguei há minutos a casa.
Depois de dezasseis horas de trabalho, estiquei-me no sofá, estendi o braço e tirei um livro à sorte: “Os 50 grandes discursos da História”. Abro e sai-me o general Patton no discurso às tropas antes do Dia D:
“Um dos tipos mais corajosos que já encontrei foi um tipo que estava empoleirado num poste de telégrafo, na Tunísia, no meio de um imenso tiroteio. Parei momentaneamente para lhe perguntar que raio estava a fazer lá em cima numa altura daquelas. Ele respondeu: «Estou a arranjar o cabo, senhor». Perguntei-lhe. «Não achas que é um pouco arriscado fazer isso agora?». Ele respondeu: «Sim, senhor, mas o raio do cabo tem que ser arranjado». Perguntei-lhe: «Aqueles aviões que estão a metralhar a estrada não te incomodam?». E ele respondeu: «Não, senhor. O senhor é que me está a incomodar, e não é pouco!»”
E andam por aí muitos a incomodar-me.
Que perguntam, que comentam, que criticam e que dão palpites.
E se subissem ao poste e tentassem arranjar o cabo?
Neste dia tão especial, transporto as palavras de Edward Langley:
«O que este país precisa é de mais políticos desempregados.»
Estive a pensar, mas não me sai nada.
Luís Castro