Segunda-feira, 18 de Maio de 2009

Mais uma vergonha!!!

 

 

Mas quando é que a nossa Justiça passa a ter vergonha? 

Sim, vergonha!

Só sei uma parte dos factos, mas o que aconteceu hoje em Barcelos

É UMA VERGONHA!

Dois anos para chegar a isto?

Como é possível que a entrega da menina fosse feita na rua,

no meio de gritos e à frente de toda a gente?

 

Será que hoje vão todos dormir como se nada tivesse acontecido?

 

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Decisao-judicial-sobre-crianca-russa-gera-revolta.rtp&headline=20&visual=9&tm=8&article=220511

 

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=998648

 

*** Pensei várias vezes se devia publicar a fotografia da menina russa.

      Decidi fazê-lo.

      Ela merece que não nos esqueçamos do seu rosto

      e do sofrimento por que a fizemos passar.

 

Luís Castro

publicado por Luís Castro às 21:55
link do post
De Jorge Soares a 18 de Maio de 2009
Olá Luis

De facto é vergonhoso, como o foi todo o caso Esmeralda, como o é cada vez que uma família de acolhimento tem que devolver uma criança e invariavelmente monta toda a telenovela à volta....

Deviam colocar um tempo máximo para o acolhimento.... um ou dois anos no máximo, se passado esse tempo a criança não volta para a família, deveria ir para adopção.

Porque é que foi necessário passar dois anos com o caso em tribunal, se desde o primeiro dia aquela família de acolhimento sabia que era uma situação transitória? Porque é que se monta todo este espectáculo se todo o mundo sabe que as famílias de acolhimento mais tarde ou mais cedo vão ter que devolver essas crianças?

E será que choravam a criança ou os quase 600 Euros por mês que recebem do estado como família de acolhimento?

Lamento se pareço insensível, mas estou cansado de ouvir falar de casos destes e nunca ninguém explica o porquê destas situações...e acho que já está na altura.

E já me estendi..

Jorge Soares


De Carla Cruz a 19 de Maio de 2009
Jorge,
Não me parece que os gritos da menina fossem pelos 600 Euros mensais que a família de acolhimento recebia. Pelos vistos, cumpriu bem a sua função tendo e conta o afecto que conseguiu por parte da menina! Aqui a questão não são as famílias de acolhimento nem as famílias biológicas, mas sim as CRIANÇAS! Não percebo como um tribunal revoga o que outro tribunal diz, em menos de 2 meses, quando a causa da determinação anterior teve em conta a mãe biológica não ter condições para ficar com a menina e que por isso era melhor ela ficar em Portugal! O problema está aí! Esta menina nasceu em Portugal e Portugal não lhe está a dar a garantia de um futuro condigno. Se tinha de sair da família de acolhimento tivessem-no feito, mas isso não significa que a alternativa tenha de ser a entrega a uma mãe biológica que demonstrou por diversas vezes ser incapaz de assumir o compromisso vitalício que representa SER MÃE!
A minha revolta tem SÓ a ver com isso!
Cumprimentos,

Carla Cruz
De Jorge Soares a 19 de Maio de 2009
Carla, neste caso, como em muitos outros, há muitas coisas erradas.... mas eu não vou abusar a paciência do Luis e discutir o assunto consigo aqui, convido-a a ler um post que escrevi há uns tempos atrás a propósito de outro caso como este, é aqui: http://oqueeojantar.blogs.sapo.pt/102829.html

Convido-a a reflectir sobre o que digo no post e se depois entender que eu não tenho razão, deixe o seu comentário.

Jorge Soares
De Carla Cruz a 20 de Maio de 2009
Jorge,
Li com atenção o seu blog sobre o assunto das famílias de acolhimento e sinto nas suas palavras alguma "revolta" por ver pessoas a terem acesso a crianças rapidamente. Eu percebo o desgaste que deve ser para uma família adoptante ter de esperar tanto tempo para adoptar. Mas penso que não se pode misturar tudo no mesmo saco! Muitas famílias de acolhimento - e julgo que a maioria - não enfrenta estes problemas. Aqui a questão é a forma! Não se desenraiza uma criança repentinamente para ser enviada com uma mulher que ninguém sabe se vai de facto cuidar da menina, para a Rússia, para ao pé de outros familiares de sangue que não conhece, sem falar a língua... Isto é que é condenável!
Por outro lado, se a norma relativa a famílias de acolhimento é transitória, porque se deixa prolongar por tantos anos essas relações?! Imagine-se no lugar de uma família de acolhimento que no início até tinha a consciência do carácter transitório da sua participação no processo. Mas, com a passagem do tempo os afectos crescem, desenvolvem-se e envolvem as pessoas. Depois de anos a cuidar dia e noite uma criança, a vê-la crescer, a acompanhá-la nas suas descobertas, aventuras e desventuras, não será natural as "coisas" mudarem?! Olhe comigo mudou e foi só com um cão!!! Acolhi um animal de rua só por um período pequeno, até a pessoa que mo trouxe arranjar um dono. So que passado dois meses - DOIS MESES!!! - eu disse que ficava com ele, pois já não era capaz de o deixar ir...
Os seres humanos são emocionais e têm afectos e ainda bem que os têm! A lei é que tem de ser revista! Ou se dá preferência à família de acolhimento no caso da criança passar para adopção, ou cumpre-se milimetricamente a norma dos prazos! Ou então, acabem de uma vez com as famílias de acolhimento, pois, para as crianças, passar por estas situações é bem pior do que ficarem institucionalizadas.
Isto tudo para lhe dizer que continuo a achar que estamos a falar de coisas diferentes a respeito do mesmo caso... Acho que estou mais em sintonia com o Luís!
Muito boa sorte para a nova adopção!
Carla Cruz
De Jorge Soares a 20 de Maio de 2009
Carla, eu percebo e aceito que se possa ver nas minhas palavras a revolta por ver pessoas a inventarem esquemas para ter crianças rapidamente, afinal eu sou candidato à adopção. Na verdade quando escrevi o primeiro post sobre o assunto ainda não era candidato.

Eu sou um legalista (isto existe?), acho que se existem leis estas devem ser cumpridas, e sou acima de tudo um defensor das crianças, sou presidente de uma associação que tem como objectivo a defesa das crianças institucionalizadas...as crianças entregues ao estado e esquecidas.

Como deve imaginar, quem legislou e decidiu que as famílias de acolhimento não podem adoptar não o fez de animo leve, existem motivos para isso, o principal é que as crianças que vão para acolhimento são crianças que os tribunais decidiram que não podem ser adoptadas, o segundo motivo é para evitar as negociatas entre instituições de acolhimento e famílias de acolhimento, se a adopção fosse permitida, rapidamente se montavam esquemas... Mas para mim o importante é que as famílias de acolhimento sabem isso, sabem que não podem adoptar, sabem que mais tarde ou mais cedo isto irá acontecer.

É claro que a culpa aqui é na sua grande maioria da segurança social, que deixou que uma situação temporária se arrasta-se por anos, e é dos juízes, que continuam a dar primazia às famílias biológicas mesmo quando na maior parte dos casos está à vista que não há recuperação possível.

Mas também é das famílias de acolhimento, que cada vez que há um caso em que uma criança tem que ser devolvida, fazem todo este show off, e é da comunicação social, que dá cobertura e transforma estes casos em telenovela.

Quem não se lembra da Esmeralda a chorar porque não queria ir para o pai.... por acaso estava lá algum meio de comunicação quando em Janeiro a Esmeralda decidiu que queria ficar com o pai e não queria voltar para o casal? Não, claro que não, essa noticia não fazia chorar ninguém na abertura dos telejornais.

Jorge Soares
De Carla Cruz a 21 de Maio de 2009
Bom dia, Jorge! Eu por acaso acho que o Caso Esmeralda não é comparável com nenhum dos outros dois conhecidos! Os pais afectivos da Esmeralda parece-me que não eram uma família de acolhimento! Muitas famílias antigamente entregavam os filhos a outras famílias que achassem que os podiam educar melhor - eram os chamados "padrinhos"! E se em Janeiro a Comunicação Social já não foi fazer reportem foi precisamente para não continuar a novela! Além do mais, eu sei que sabe isso, a Esmeralda foi uma aprendiz de tecnicas de manipulação de ambos os lados... Mas, não me quero estender com este caso, que considero muito diferente! Aqui a situação é até diferente da outra menina -ANA, se não me falha a memória... - pois aqui é a não salvaguarda dos direitos da Alexandra, o que devia estar mais que subjacente a uma decisão desta natureza! Ela não vai mudar para a uma família - biológica ou de adopção - que vai ser acompanhada por técnicos especializados de modo a fazer-se a verificação do seu bem-estar. Aqui há um mero "lavar de mãos" por parte da Justiça portuguesa! Ninguém me convence que não houve por trás manipulação política para se fazer esta entrega! Não se faz isto com uma criança! Eu também sou uma legalista, mas quando vejo que o espírito da lei (Montesquieu ) é enviesado, emito o meu desagrado! A lei deve estar enquadrada com as sociedades para que as sociedades se enquadrem com o sistema legal! Se a lei não serve os cidadãos - e aqui não serviu a pequena Alexandra - então, não pode ser chamada de "Lei", pois falta-lhe o senso de justiça que está na base de qualquer acto legislativo. A Lei não é inflexível nos Estados de Direito! A lei deve ser interpretada caso a caso ... acontece até com os homicidas, pedófilos e outros criminosos! Se uma lei é rígida é injusta! Eu sou legalista, mas não sou inflexível perante a Lei... Quando vejo injustiças provocadas pela lei que deveria defender-nos, precisamente, das injustiças, é mais que evidente que é necessário modificar a lei. As sociedades são dinâmicas, são corpos vivos... Logo, todos os sistemas sociais - o legal e judicial, inclusive - também o devem ser! Se não forem, tornam-se retrógrados e como tal ineficientes e, pior, ineficazes! A pequena Alexandra sentiu-o na pele!
E até agora, muito poucos casos de famílias de acolhimento vieram a público pela comunicação social. O que significa duas coisas: 1. que as famílias de acolhimento não andam de facto a ver se ficam rapidamente com um "filho" e 2. que a comunicação social cumpre a sua função de DENÚNCIA - o chamado wachdog journalism . E eu acho muito bem que o cumpram, porque senão é que estaríamos TODOS (até os legalistas!) entregues à bicharada!!! Desculpe Jorge este desabafo e desculpa-me Luís o abuso do uso do teu espaço, mas não consigo ficar indiferente ao drama da pequena Alexadra . Eu tenho um filho de 4 anos e sei o que ele sofreria se fosse arrancado da família que ele conhece que... por acaso e SORTE PARA ELE, é uma família biológica e funcional!
Felicidades!
Carla Cruz
De Jorge Soares a 22 de Maio de 2009
Bom dia

Tinha decidido não continuar esta troca de ideias, até porque ambos estamos a defender as memsas ideias.

Entretanto, acabo de ler uma noticia no ionline que me fez cá voltar.

Ao contrario do que diz, este é um caso em tudo idêntico ao caso Esmeralda, a criança foi entregue ao casal não pela segurança social e sim por um amigo da mãe, afinal, o casal não é uma família de acolhimento, é mais um casal que um dia recebeu uma criança e decidiu que ela era sua e é mais um caso em que as pessoas utilizam a lentidão da justiça para tentar eternizar situações.

Nem vou discutir como é que a criança é entregue ao casal e se foi a troco de algo ou de nada, quanto a mim, eles não tem absolutamente nenhum direito a ficar com a criança.

Jorge Soares

De Carla Cruz a 22 de Maio de 2009
Olá Jorge!
Por acaso também tinha considerado suficiente a nossa troca de opiniões, mas - ao contrário do que diz - por estarmos a falar de coisas diferentes... O Jorge continua a focar o DIREITO DAS FAMÍLIAS e eu mantenho-me na defesa do DIREITO DA CRIANÇA!!! No entanto, tenho a certeza que ambos estamos bem intencionados!
Força com a sua ONG!
Carla Cruz
De Luís Castro a 23 de Maio de 2009
Visto.
LC
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Coordenador do "Bom-Dia Portugal" (2002/2004)
Coordenador do "Telejornal" (2004/2008)
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Enviado especial:
20 guerras/situações de conflito

Outras:
Formador em cursos relacionados com jornalismo de guerra e com forças especiais
Protagonista do documentário "Em nome de Allah", da televisão Iraniana
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