Querido irmão Castro,
Agradece muito a todos as pessoas que se têm preocupado comigo e com a minha família.
Estou muito confuso. Não foi fácil mudar de casa em Bagdade e estou a tentar dar à minha família o conforto possível, como electricidade, por exemplo. A minha filha está a estudar para os exames. Quero minimizar-lhes o sofrimento.
Tenho meditado muito sobre o que fazer. Talvez arrisque sair novamente do Iraque e volte a tentar obter o estatuto de refugiado, mas, por agora, é melhor deixar que as crianças acabem o ano escolar. Sinto que estou a envelhecer rapidamente neste Iraque. Acredito em Deus e tenho a certeza de que Ele me irá indicar o caminho a seguir.
Li os comentários que os portugueses deixaram no teu blogue. São como que irmãos na Humanidade. É bom sentir que não estou sozinho e que há quem se preocupe comigo.
Agradeço-te, Castro, por tornares público o meu caso.
Dá um abraço a todos, por favor.
Voltarei a dar notícias logo que acabe de acomodar a minha família.
Bassim Shuaip

Confesso que me custou mto ler estas linhas...
Custa-me perceber o sofrimento que um humano pode provocar noutro.
Custa-me saber e nada csguir fazer...
Que sensação de impotência. de injustiça.
abraços a ti luis e ao Bassim.
obgdo por nos ligares a todos.
João,
e nós estamos à distância.
Abraço
LC
De pedro oliveira a 22 de Abril de 2008
Realmente, deu-me cá um nó na garganta.O Bassim quando fala na situação de refugiado, refere-se a que país?
Deve ser uma dor de alma querer dar o melhor aos filhos e não ser capaz.Nem imagino.
FORÇA BASSIM, que Deus o ajude e proteja!
um abraço de Porto de Mós(vilaforte)
Perdro,
ele gostaria de ir para o Norte da Europa, até porque tem por lá alguns familiares.
Depois, os países do Norte da Europa têm outra sensibilidade para este tipo de situações.
Ab.
LC
De
Phil a 22 de Abril de 2008
Estou aqui a pensar num belíssimo país...
Compreendo que, apesar de tudo, o irmão Bassim queira resistir o mais possível para conseguir ajudar o seu país, a sua pátria a erguer-se novamente, mas há momentos em que é necessário parar e optar pelo caminho mais escuro ou longínquo...neste caso, outro país...outra pátria...para bem dos que lhe são mais próximos e queridos...
Phil,
não é fácil tomar uma decisão destas.
Abraço
LC
De Diogo Rodrigues a 22 de Abril de 2008
O Bassim mesmo correndo perigo de vida prefere esperar e arrisca a vida até os filhos acabarem o ano lectivo, não são todos os pais que fazem isto. Sem duvida um Grande homem que tudo lhe corra bem e que nada lhe aconteça
abraço []
Diogo,
o Bassim é tudo isso e ainda mais.
Esperemos que sim, que tudo corra bem.
Ab.
LC
O "tornar público o caso" pode parecer muito, mas não é suficiente... As dificuldades por que estão a passar são inimagináveis...
Reconstruir uma vida inteira sempre que têm de mudar de casa, de sítio... Nunca poderem viver descansados com o amanhã.
Só resta mesmo acreditar que tudo se vai resolver. Esperamos que sim. Boa sorte...
Bjs
Raquel
Raquel,
Bassim já tentou sair do país e não correu bem.
Não é fácil deixar o nosso país e partir para um desconhecido com a mulher e os filhos.
Bjs
LC
De
Patti a 22 de Abril de 2008
Desde o primeiro momento que "estou" neste blog, mas agora nem sei o que dizer.
Acho que o Bassim já disse tudo.
Como o Luís me disse das primeiras vezes que aqui fiz um comentário "as suas palavras calaram-me fundo".
Lembra-se?
Hoje foi a minha vez.
Patti,
recordo-me, claro que sim.
É o sofrimento contado na primeira pessoa.
Bjs
LC
De David a 23 de Abril de 2008
Caro Luis Castro,apenas sigo o seu blog à pouco tempo,mas bastou-me ler as primeiras linhas para ficar "agarrado".
Admiro a sua vontade e coragem,mas principalmente a relação que estabeleceu com o Bassim e a admiração que tem por si.
Espero do fundo do coração que ele e a familia consigam superar isto em segurança!
Abraço e espero que nunca deixe este blog.
David,
não deixarei o blogue, embora me "roube" algumas horas de sono.
Quanto ao Bassim, é como um irmão para mim.
Por isso, é impossível não sofrer com ele.
Ab.
LC
Ola Luis
Que não seja só o Bassim a agradecer por tornar o caso dele público, que também nós o façamos por nos dar a conhecer esta situação injustificável.
A fotografia alegre e feliz contradiz com um texto triste e sentido. Como dormir descansado sabendo que o perigo pode-lhe bater à porta.
O Bassim é um homem de personalidade muito forte. É preciso ter sangue muito frio para reagir a uma situação destas. Mas o que mais lhe deve atormentar deve ser a segurança da família.
Deve ser completamente frustrante ter conhecimento destas situações e estar de "braços atados"? Se nós sentimos necessidade de fazer alguma coisa perante o que nos conta imagino o Luis como se sente.
Anseio por melhores notícias do Bassim
Bjs
Alexandra,
esta fotografia já tem três anos. Escolhi-a precisamente pelo ar feliz dele e dos dois dos três filhos que tem.
Esperemos todos que a situação acalme e que não venham mais problemas para ele e para os seus.
Bjs
LC
Caro Castro,
Respeito muito o seu trabalho mas, olhando uma foto de uma família com rostos felizes, bem tratados, uma casa que se nota bem decorada numa guerra que já havia 4 anos, afinal não me parece assim tão mal como alguns a pintam. Desculpe, mas não deixe de fora o lado bom dessa guerra, reporte o bom e o mau por favor.
Daisycastrofuentes,
ao longo das guerras por onde passei, aprendi que o mais importante é a segurança. Ter uma boa casa quando a qualquer momento se pode morrer ou perder a família, na verdade, isso não é o mais importante.
Depois, no sentido do que sugeriu, pode ir às "tags" que estão à esquerda no blogue e verá as famílias com os filhos num parque infantil, o Museu de Bagdade, etc.
LC
E já dei esta explicação anteriormente:
a fotografia já tem 3 anos.
Mas nessa altura, nem por isso a situação era mais fácil.
Obrigado
LC
Tocante!
De Marco Ribeiro a 23 de Abril de 2008
Luís, já tive a oportunidade que me explicasses como o Bassim era importante para ti, um amigo com que falas regularmente, e tem sido ele que tem zelado pela tua vida durante todo este tempo no Iraque. Tudo isso que me disseste faz aumentar a pena que sinto da situação que ele vive. Certamente que merece descanso de tanta guerra... tal como tu; embora o caso seja diferente, porque quanto a ti já sei que é escusado, porque tu até gostas de estar lá, pelo menos foi com essa impressão que fiquei. Mas quanto a ele espero que ele consiga o estatuto de refugiado e tenha uma boa vida num dos países ricos da europa. :)
Marco,
quando vamos para estes cenários, depositamos a nossa vida nas mãos dos guias. Por isso é muito importante pagar-lhes bem para não lhes dar ideias...
Com o Bassim foi diferente, rapidamente nos tornámos como "irmãos".
Ab
LC
Comentar post