Durante o Euro2004, o telejornalismo foi patriótico e transformou-se numa máquina de produção ideológica. Pergunto: foi bom ou mau?
Cintra Torres, crítico de televisão, escreveu
“Ao lado do logótipo da estação e da indicação ‘RTP1 Directo’, foi colocada uma bandeira nacional. Ao começar o Telejornal, o habitual travelling sobre o estúdio mostrava ecrãs de computadores desertos iluminados pela bandeira nacional em background, e mostrava também cachecóis e outros distintivos patrióticos não só nas mesas de trabalho como na própria mesa do apresentador do noticiário.” Volto a perguntar: e se acontecer novamente durante o Euro2008, será errado?
Mas tenho ainda mais três perguntas para vos fazer:
Aqueles jogadores dão-nos uma identidade nacional?
O que nos une mais do que o futebol?
Se a notícia tiver emoção, o jornalista deve esquecê-la?
Na verdade, o estádio é oval, a bola é redonda, mas a estupidez é quadrada.
E como não quero ser um coordenador quadrado, respondam-me, por favor.
Luís Castro
Coordenador do Telejornal da RTP