Que tal um programa assim na televisão portuguesa?
Luís Castro
Não!!!
Não vou escrever sobre os milhões de Cristiano Ronaldo, nem muito menos sobre as mini-férias de Sócrates e os mil euros por dia que lhe custam a suite de luxo.
Mas também não sei sobre o que escrever.
Como já perceberam, estou fora do mundo.
Telemóvel desligado há 48 horas, nada de twitter e um post no blogue só para dizer que me entreguei nos braços da preguiça, a mãe do progresso.
Não acreditam que a preguiça é a mãe do progresso?
Então, se o homem não tivesse preguiça de caminhar,
nunca teria inventado a roda!!!
Hoje estou assim.
Luís Castro
O 10 de Junho é uma incógnita para muitos portugueses...
O que andaram a fazer na escola?
E os professores que os (não) ensinaram, não terão vergonha?
Luís Castro
E explico porquê:
Os 31,7% do PSD são uma vitória de Rangel face a Vital e um soco no estômago de Sócrates. Não é uma vitória de Ferreira Leite.
A acreditar na projecção da SIC, no momento em que o PS baixa aos 26%, Sócrates consegue uma intenção de voto de quase 40% para as Legislativas. A justificação está no facto de quando chegar o momento de decidir entre Sócrates e Ferreira Leite, a tendência clara é a de não mudar de general a meio de uma batalha.
Por isso, se fosse Ferreira Leite, aproveitava a “onda” e passava a liderança a alguém que tenha força suficiente para com este "punch" combater Sócrates.
Será cedo para Passos Coelho, pelo que Rui Rio (apesar de candidato à CM Porto) seria o único capaz de tal empreitada. Ferreira Leite saía por cima e mostrava o quanto ama o partido. Conheço-a há muitos anos e sei que é verdade.
Os portugueses quiseram “bater” no PS.
Fizeram-no e agora estão mais aliviados.
Luís Castro
Antes de mais, reflectia.
E reflectia sobre como estancar a hemorragia.
O PS perdeu eleitores para todos os partidos.
Está visto que a força do Bloco de Esquerda foi conseguida à custa do descontentamento dos professores, uma base importante do eleitorado socialista. Bastaria mudar a ministra e procurar um consenso para recuperar muitos desses “revoltados”.Tarefa ao alcance de quem saiba ouvir.
Sim, porque quando Deus nos fez, fez-nos com uma boca e duas orelhas, ou seja, para ouvirmos o dobro do que falamos.
Ontem, Maria de Lurdes foi mal educada com os jornalistas à saída do Hotel Altis.
Será que lá dentro alguém a culpou pela derrota do PS? Suspeito que sim.
Basta olhar para os resultados em Timor e perceber que os professores portugueses terão votado maciçamente no Bloco.
Assim, hoje mesmo teria remodelado o governo e amanhã apresentava a Cavaco Silva os substitutos de Maria de Lurdes e Mário Lino, outro dos ministros demasiado desgastado.
Elegia a Justiça como a prioridade dos próximos meses.
Demitia Vítor Constâncio e exigia publicamente celeridade à Justiça nos casos BPN, BPP e FREEPORT.
Anunciava a suspensão da linha do TGV Lisboa-Porto-Vigo.
Com estas atitudes, mostrava que sabia tirar ilacções dos resultados de ontem e, acima de tudo, humildade.
Os portugueses sabem perdoar.
Luís Castro
***Amanhã direi o que faria se fosse Ferreira Leite
Por Millôr Fernandes
(Com pequenas adaptações minhas)
Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”?
O “foda-se” aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
“Não queres fazer?! – Então, foda-se!”
“Queres fazer tudo sozinho? – Então, foda-se!”
O direito ao "foda-se" devia estar consagrado na Constituição.
Os palavrões não nascem por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o português a fazer a sua língua
“Comó caralho!”, por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita e quantidade que “comó caralho!”? Tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.
“Eu gosto do meu clube comó caralho!”
“O sol está quente comó caralho!”
“O gajo é parvo comó caralho!”
E o “nem que te fodas!”?
Expressa a mais absoluta negação.
O “nem que te fodas!” é irretorquível e liquida o assunto.
Quando lhe pedirem dinheiro, mate o assunto:
“Ó meu caro, não te empresto, nem que te fodas!”
Há outros palavrões igualmente clássicos:
Pensa na sonoridade de um “Puta que pariu!”,
ou o seu correlativo “Pu-ta-que-o-pa-riu!”
Diante uma notícia irritante, qualquer “pu-ta-que-o-pariu!”, dito assim, põe-te outra vezes nos eixos.
E o que dizer do nosso famoso “vai levar no cu!”?
E a sua maravilhosa e reforçada derivação “vai levar no olho do cú!”?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha do seu interlocutor e solta:
“Chega! Ó meu, vai levar no olho do cu!”?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida e da tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu-se!”
E a sua derivação, mais avassaladora ainda: “Já se fodeu!”.
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação.
Quando ouves uma sirene da polícia atrás de ti a mandar-te parar,
o que dizes? “Já me fodi!”.
E quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona; o desemprego não baixa; os impostos são altos; a saúde, a educação e a justiça são de baixa qualidade,
Agora digo eu:
Foda-se! Pu-ta-que-pa-riu este país!
E se alguém - no genérico! - entra no teu bolso:
Já me fodi! Estes gajos roubam comó caralho!
E a algumas pessoas apetece mesmo dizer:
“Vão levar no cu!
Mas não desesperemos!
Portugal ainda vai ser um país do caralho!!!
Só não sei quando…
Confesso que fiz um esforço enorme para não chorar em plena redacção...
Tudo começou em 1969,
com um leãozinho à venda numa loja de Londres...
Uma professora pediu a reforma;
foi concedida a partir de 31 de Maio;
pediu para ficar a dar aulas até 19 de Junho, para acompanhar os alunos até ao fim;
a escola aceitou de bom grado;
a DREN disse que não e negou o pedido.
Aconteceu na Escola EB 2,3 da senhora da Hora e os pais estão indignados porque, dizem "Eram apenas mais três semanas e iria beneficiar os alunos".
Assim, as notas já foram lançadas e os alunos não terão mais aulas de Ciências.
Alguém me consegue explicar???
Luís Castro
“Eu julguei em função do que era a minha consciência”, acaba de confessar o juiz-relator do caso da menina russa de Barcelos.
Garantindo nunca ter sofrido pressões políticas, o magistrado do Tribunal da Relação de Guimarães reconhece que a mãe não tinha condições para receber a filha em Portugal, mas que os relatórios vindos da Rússia o fizeram mudar de opinião.
Ao Expresso, refere ainda que “No processo, a criança já se queixava de algumas agressões físicas da mãe. Mas esse não é o motivo para eu separar a mãe de uma filha”. Gouveia de Barros arrepende-se por algum excesso de linguagem utilizado no acórdão quando refere que a mãe de acolhimento é movida por um sentido de “maternidade serôdia” e pela opinião que erradamente formou sobre ela.
Agora, o juiz desculpa-se dizendo que “não há pais perfeitos”.
Pois não senhor doutor juiz, também não há juízes perfeitos.
Mas dizer que está perturbado e surpreendido com as imagens de televisão,
é muito pouco.
Luís Castro