Depois digam-me lá que não há guerras justas!
No Afeganistão havia - e ainda há - situações piores do que a que vão ver nestas imagens gravadas no Sudão.
Mas, para que não fiquem dúvidas,
considero que o que se passa no Afeganistão é uma questão civilizacional.
No entanto, nem todas as guerras se travam apenas pelas armas.
Luís Castro
Não foi assim que Nelson Mandela uniu brancos e pretos.
"Madiba" dizia sonhar com o dia em que todos levantar-se-iam
e compreenderiam que foram feitos para viverem como irmãos.
O sonho continua distante.
Nelson Mandela:
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,
ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender,
e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar."
Luís Castro
Para a Newsweek:
"A verdade é que a única entidade no planeta com capacidade para ajudar o Haiti à escala necessária é o Exército dos EUA. As Nações Unidas acharão politicamente incorrecto admiti-lo; os grandes grupos de auxílio internacional, orgulhosos do seu estatuto não combatente, tentarão não o reconhecer. Mas esta é a realidade."
Será que os americanos "invadiram" o Haiti?
Será que os haitianos se importam?
Será esta a mais nobre de todas as operações americanas fora dos EUA?
Será esta a mais nobre missão de um soldado?
Luís Castro
Durante o discurso, Obama usou 44 vezes a palavra “guerra”.
Disse que estas são guerras para garantir a paz.
Falou em “Guerra Justa”
e que “a guerra não será erradicada no nosso tempo de vida”
Mas também não esqueceu os direitos humanos, dizendo que não haverá uma “paz justa” enquanto homens e mulheres continuarem a ver negados os seus direitos, sejam eles as liberdades políticas e económicas, sejam os direitos económicos.
“A segurança não existirá enquanto os seres humanos não tiverem comida, água, trabalho”, concluiu.
O presidente dos EUA reconheceu que os seus méritos são diminutos comparando-os com os de outros Prémios da Paz.
Seja como for, temos de reconhecer que Obama é diferente.
Vejam este vídeo.
Luís Castro
O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados ocupa o 64º lugar da lista elaborada pela Forbes.
1. Barack Obama
2. Hu Jintao
9. Abdullah bin Abdul Aziz al Saud
14. Warren Buffett
15. Angela Merkel
16. Laurence D. Fink
17. Hillary Clinton
19. Li Changchun
21. Timothy Geithner
22. Rex W. Tillerson
23. Li Ka-shing
24. Kim Jong Il
27. Sheikh Ahmed bin Zayed al Nahyan
28. Akio Toyoda
29. Gordon Brown
30. James S. Dimon
31. Bill Clinton
32. William H. Gross
34. Lou Jiwei
35. Yukio Hatoyama
36. Manmohan Singh
37. Osama bin Laden
39. Tenzin Gyatso
41. Joaquin Guzman
42. Igor Sechin
43. Dmitry Medvedev
44. Mukesh Ambani
45. Oprah Winfrey
48. Zhou Xiaochuan
49. John Roberts Jr.
51. William Keller
52. Bernard Arnault
54. Wadah Khanfar
55. Lakshmi Mittal
56. Nicolas Sarkozy
57. Steve Jobs
58. Fujio Mitarai
59. Ratan Tata
60. Jacques Rogge
61. Li Rongrong
62. Blairo Maggi
64. Antonio Guterres
66. Klaus Schwab
67. Hugo Chavez
Critérios da Forbes
Se a pessoa tem influência sobre muitas outras;
Se a pessoa controla uma grande quantidade de recursos financeiros, comparada com a dos seus pares;
Se a pessoa é poderosa em diferentes esferas;
Se a pessoa usa activamente o seu poder.
Luís Castro
Wind Of Change
I follow the Moskva
Down to
Listening to the wind of change
An August summer night
Soldiers passing by
Listening to the wind of change
The world is closing in
Did you ever think?
That we could be so close, like brothers
The future's in the air
I can feel it everywhere
Blowing with the wind of change
[Chorus:]
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
In the wind of change
Walking down the street
Distant memories
Are buried in the past forever
I follow the Moskva
Down to
Listening to the wind of change
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow share their dreams
With you and me
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
In the wind of change
The wind of change blows straight
Into the face of time
Like a stormwind that will ring
The freedom bell for peace of mind
Let your balalaika sing
What my guitar wants to say
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow share their dreams
With you and me
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
In the wind of change
Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito;
se não houvesse uma roseira para plantar;
uma iniciativa para lutar!
Gabriela Mistral, poetisa chilena
(1889-1957)
Gorbachov avisara o líder da RDA que a História costumava castigar aqueles que chegavam tarde.
Eu acrescento:
"Aqueles que não se conseguem lembrar dos erros do passado estão condenados a repeti-los."
As palavras de George Santayana (poeta espanhol que morreu em meados do século passado) estão há muito guardadas num bloco de notas onde vou apontando frases que não quero esquecer.
Assim, como o erro verdadeiro é aquele com o qual nós nada aprendemos, deixo-vos um desafio:
Dos muros que construiram à vossa volta, hoje derrubem um.
Visita guiada ao Muro de Berlim em:
http://www.dieberlinermauer.de/berlimmurohome1024/muro1/muro1.html
Luís Castro
Discordo.
Obama mantém duas guerras: Iraque e Afeganistão e está num crescendo de tensão com o Irão.
O Comité do Nobel justifica a escolha "pelos seus extraordinários esforços para o fortalecimento da diplomacia internacional e da cooperação entre os povos".
É verdade que o actual presidente americano desanuviou a tensão que existia, especialmente contra os Estados Unidos.
Não há qualquer dúvida de que Obama trouxe esperança ao Mundo.
Mas é demasiado cedo.
Seria prudente esperar mais um ou dois anos.
Vejo, no entanto, um ponto positivo:
Obama passa a ter uma nova responsabilidade perante o Mundo.
Com este Nobel da Paz, o presidente americano pensará melhor sobre o que fazer no Afeganistão – a guerra que o próprio Obama escolheu.
Luís Castro
Este vídeo foi retirado de um dos últimos programas do Jon Stewart,
Esta madrugada estava a ver o "Daily Show" e lembrei-me do diálogo que tive com um sargento do exército americano, em pleno deserto do Iraque, em Abril de 2003, durante a guerra.
http://www.thedailyshow.com/video/index.jhtml?videoId=231547&title=jason-jones-behind-the-veil
Retirado do meu livro, o "Repórter de Guerra":
- De onde vens?
- Venho de Portugal.
- Ora, Portugal, Portugal... Já sei, fica em Espanha!
- Não, nada disso. Imagina o mapa da Europa. Estás a ver onde fica Espanha? Mais à esquerda, antes de chegar ao mar, ainda há outro país.
- Ai há?
- Há! É Portugal.
Se um dia se colocar a questão,
devemos proibir o uso da burka em Portugal?
Sarkozy já disse que o uso daquele traje islâmico que cobre todo o corpo e rosto das mulheres “não é bem-vindo” em França.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch considera que a interdição da burka “violará os direitos humanos” e “não trará a liberdade às mulheres”.
Uns entendem que não se trata de um símbolo religioso mas de um sinal de subserviência; outros dizem que a liberdade de exprimir a religião e a liberdade de consciência são direitos fundamentais.
O presidente francês promete levar até ao fim a sua vontade: “Não podemos aceitar, no nosso país, que haja mulheres prisioneiras atrás de uma rede, privadas de toda a vida social e da sua identidade”.
Deixo-vos o diálogo que tive com o meu guia afegão, nos dias que antecederam a queda do regime Talibã, em 2001, e que está no meu livro, o “Repórter de Guerra”.
- Ainudin, explica-me a razão para que as mulheres usem a burka?
- Elas não se incomodam.
- Mas vêem o mundo por uma rede.
- Já estão habituadas.
- Não me parece que seja uma explicação.
- São habituadas desde pequeninas. Quando crescem é como se já fizesse parte do corpo delas.
- Por muito que tente, não consigo encontrar explicação, nem para o facto dos homens as obrigarem nem para que elas se deixarem submeter a esta forma de tortura e humilhação. É inconcebível nos tempos de hoje.
- Estás enganado, Luís. Já te disse que elas não se importam.
- Não acredito que concordem!
- Não é que concordem ou deixem de concordar. Na nossa cultura há coisas que vocês, ocidentais, jamais vão compreender. Aqui, a mulher é inferior ao homem. É assim, sempre foi assim e ninguém vai mudar essa forma de pensar.
- Repara que isso também acontecia na Europa e agora já não acontece. A mulher emancipou-se e, actualmente, trabalha fora de casa e tem os mesmos direitos que o marido. Repartimos e partilhamos tarefas.
- Pronto, já nos conhecemos o suficiente para te dizer o que penso, mas fala baixo, porque ninguém me pode ouvir a dizer isto. Talvez ainda não tenhas notado, mas muitos destes homens que se sentam aqui nos sofás da recepção do hotel não passam de espiões, tentando ouvir as vossas conversas e controlando os vossos movimentos. Não é a vocês que eles chateiam, pois já sabem que não o podem fazer. Pressionam-nos a nós, os guias e tradutores, fazendo ameaças do género: “se os levares aos locais proibidos, a tua família é que vai sofrer as consequências.” Aqui há vários serviços secretos e cada um é pior do que o outro.
- Já percebi. Voltando às burkas, a tua mulher também usa?
- Não, não usa.
- Então, estás a desrespeitar a tua tradição!
- Não, repara, a burka é cultural, mas os Talibãs é que a tornaram obrigatória. Foi como voltar atrás no tempo. Por certo que já viste imagens deles a baterem nas mulheres por elas ousaram levantar um pedaço do tecido. São fundamentalistas e fizeram leis estúpidas, mas tens de olhar para o que foram estes últimos vinte e cinco anos. Seja como for, só assim é que eles acabaram com as guerras.
- E a tua mulher, o que usa?
- Usa o véu.
- Daqueles com que só se vê os olhos?
- Sim, é desses…
- Mas continuamos quase na mesma. Qual é o problema de eu ver a casa da tua mulher, diz-me?
- Não é nenhum. Como sei que tu és de confiança, até podia levar-te agora a minha casa e deixar que a visses destapada. Sei que não irias dizer a ninguém. Mas, por exemplo, se o fizesse com o Jamil (motorista), no dia seguinte ele contaria a toda a gente e seria uma vergonha para mim.
- Estou a compreender. Serias condenado socialmente.
- Social e religiosamente!
- Há quantos anos estás casado?
- Há seis anos
- E tens filhos?
- Sim, tenho dois.
- Como é que conheceste a tua mulher?
- Foi no dia do casamento.
- O quê?
- Só a vi no dia em que casei.
- Não acredito!
- É verdade. A minha mãe e a minha irmã mais velha decidiram que ela devia ser a minha futura mulher. É a nossa tradição. Eu disse-te: há coisas que vocês jamais irão entender.
- E és feliz?
- Sou.
- Ainda bem.
- Sabes, Luís, eu já tenho outra educação. Tirei o curso de advogado e trabalho como freelancer para a televisão de Quetta, mas são os tapetes e o ópio que me permitem sustentar a família.