Apetecia-me soltar um ror de palavrões!
E teria muitos!
“A técnica de serviço social com a menina ao colo, já dentro do carro, com a criança aos gritos a dirigir os braços para aquelas que sempre conheceu como mãe e avó; os agentes da PSP, confusos entre o dever e a emoção; Lurdes desesperada a suplicar que não lhe levem a pequenita; os vizinhos incrédulos com a violência inaudita da cena. Foi assim, ontem à tarde, que culminou a retirada da pequena Ana, de 3 anos, à família que a acolhia desde os três meses de idade.”
(...)
"A Ana Carolina dormia, acordou estremunhada e olhou espantada para as técnicas e para os polícias. Eu bem lhes roguei que não a levassem assim, a menina é doente, muito asmática, mas nada adiantou. Nem a roupinha dela levaram, estavam cheias de pressa. Dos polícias nada tenho a dizer, um deles até tinha lágrimas nos olhos, pois bem viu como a menina chamava por mim e até disse que tinha uma filha daquela idade", chorou Lurdes, inconformada.”
Mais pormenores da notícia do Correio da Manhã
Lei não cumprida
“A família de acolhimento deveria ter ficado com a menina apenas por seis meses, segundo a lei. A Segurança Social, que agora argumenta com o cumprimento da legislação, foi a primeira entidade a violar a lei e a criar o problema”.
Sem transição
“A legislação prevê que a saída da criança da família de acolhimento seja preparada, considerando mesmo que esta se deve efectuar com antecedência não inferior a um mês. A Segurança Social, todavia, actuou de imediato, retirando a menina à força e sem cumprir qualquer transição.”
Decisão judicial
“Uma decisão do Tribunal de Família e Menores, depois confirmada após recurso, decidiu pela entrega da criança a uma instituição até à sua adopção.”
Luís Castro
*** Este blogue é um espaço pessoal e em nada vincula a RTP.